Criada em Cabo Verde em 1998, em grande cumplicidade com uma vasta equipa de artistas e colaboradores de várias áreas, “Uma História da Dúvida” destaca-se pela invulgar dimensão, fruto dos múltiplos contributos dos envolvidos. A peça tem como ponto de partida entrevistas que os bailarinos e músicos fizeram à população de São Vicente. Foram colocadas questões sobre o Amor, a Dúvida, o Futuro e o Fim do Mundo. Inspirados pela sabedoria das respostas, os músicos e os bailarinos organizaram os meandros dessas divagações em poemas e depois os poemas em ritmos, música e gestos.
A peça começa com um filme que funciona como prólogo, que situa o espetáculo num território privilegiado para iniciar a viagem. Sozinho, na sua mota, o viajante segue o caminho delirante da vida. A velocidade do pensamento oscila entre o medo e a fuga, o som entre o ruído e a harmonia, as imagens entre a realidade e a ficção. O que se segue é um desenvolvimento deste primeiro enunciado.
O volumoso cenário, simultaneamente belo, cru e complexo, proporciona múltiplas situações dentro do mesmo espaço. O trajeto solitário torna-se agora comunitário.
"Uma História da Dúvida", estreada no Festival Expo’98 - “Mergulho no Futuro”, é apresentada quarenta vezes em oito países, (na Europa, Estados Unidos, Canadá, Brasil e Cabo Verde). Recebe o Prémio Almada, atribuído pelo Ministério da Cultura, e a nomeação de Espetáculo de Honra do Festival de Almada.