“Só um Bocadinho” é a peça desenvolvida por Clara Andermatt pelo 1º Prémio no III Certamen Coreográfico de Madrid, com a peça “En-Fim” (1989).
Uma obra composta por situações tragicómicas, retratadas de forma crua e emotiva, onde o estreito fio da navalha remete para o frágil equilíbrio entre dois perigos. “Só um Bocadinho” revela o caminho estético que Andermatt procura aprofundar nas suas obras posteriores – as emoções, o sexo, o ridículo da sociabilidade, a manipulação, as relações humanas – e a forma crua, grotesca, acutilante e humorada com que explora estes temas.
“Bem estreito é o fio da navalha! Entre dois perigos me equilibro: de um lado ameaça-me a ávida boca do excesso, do outro a amargura da avareza que de si mesma se alimenta.”
Stig Dagerman
“Só um Bocadinho
É um jogo de surpresas sob o signo do efémero
A surpresa do encontro.
A surpresa das atitudes.
A surpresa dos sentimentos.
A surpresa dos fins.”
Clara Andermatt (1990)
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Em 1997, a propósito da segunda edição do festival “Dancem!”, do Teatro Nacional de São João, o coreógrafo Paulo Ribeiro desafia uma companhia portuguesa (ACCCA), uma inglesa (DV8 Physical Theatre) e uma francesa (Compagnie Fattoumi-Lamoureux), a escolher e remontar as suas primeiras obras. Clara Andermatt leva ao palco “Só um Bocadinho” (1990) e “Anomalias Magnéticas” (1995).